segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Portugal e os Estrangeiros
Na minha curta carreira já tive relações interpessoais e de grupos profissionais. Neste meu recente trabalho tenho contacto com todo o tipo de pessoas, culturas, nacionalidades. No âmbito da minha actividade profissional tive e tenho o privilégio de me relacionar com todo o tipo possível e imaginário, relativamente às origens e vida social, de cidadãos nacionais e estrangeiros, nomeadamente oriundos de países de leste e de nacionalidade brasileira. Trabalho com pessoas de várias nacionalidades nomeadamente, Brasileiros, Angolanos, Búlgaros, Moldavos, Russos, entre outros, necessitando, por vezes, de falar em espanhol ou em inglês para certos cidadãos da Europa do Leste. Por já ter trabalhado com vários colegas estrangeiros, considero que na minha vida tenho aprendido a gostar mais das pessoas de outras nacionalidades, pensando sempre que em todos os países à bons e maus. Mas os que tenho encontrado não são más pessoas, são pessoas que vieram para trabalhar e vieram ter uma melhor vida, coisa que eu compreendo pois se emigrasse seria pelas mesmas razões. Como disse, são pessoas de trabalho pois não dizem que não ao trabalho. Sempre que é preciso eles estão lá, sem faltar, sem pedirem para sair mais cedo ou sequer para ter férias. Eles simplesmente tiveram um ensino diferente na escola, e em casa foram-lhes mostrados hábitos diferentes, pois também a sua cultura é diferente. Tinha, por exemplo, um colega Moldavo que de manhã bebia um copo de vodka como eu bebia de água. Estranho para mim, normal para ele. Nunca tinha trabalhado num ramo que empregasse tantas pessoas de nacionalidades diferentes como o da construção civil, pois tenho vários colegas de vários países com diferenciados costumes e hábitos. Temos bastantes diferenças desde as horas das refeições, que eles têm que se habituar aos nossos horários, à nossa comida, à nossa língua. Enfim têm de se integrar na nossa sociedade, coisa que para muitos deles é complicado. Nestas experiências tenho aprendido, não só um pouco de cada cultura, de cada língua, bem como dá para perceber o quanto é difícil ser emigrante pois tem de haver sempre essa fase de adaptação. Mas a opinião que tenho das pessoas estrangeiras com quem já trabalhei é que podem ter poucas habilitações mas esforçam-se ao máximo para fazer tudo o que lhes pedem. No entanto também sei que há pessoas formadas que chegam cá e também trabalham onde for preciso, seja nas obras ou na profissão deles (que são muito poucos). Encontram-se, por exemplo médicos, a trabalhar nas obras. Muito estranho, mas torna-se normal, uma vez que o ensino é diferente cá e lá. Por exemplo, cá um médico de clínica geral estuda 5 anos, e lá se for preciso só estuda 3 anos. Isso acontece o mesmo com outras profissões. Depois chegam cá, e à vista de nós eles não têm formação necessária para serem médicos. Cá não são mas lá são. A minha opinião é que Portugal, apesar de não ser um País que receba os seus imigrantes com beijinhos, de braços abertos, tem pelo menos algumas condições próprias de apoio as quais, aliadas à natural simpatia, hospitalidade e sentido universalista do nosso povo, faz com que seja um dos países com alguma procura por parte de quem pretende emigrar, sabendo-se que no aspecto financeiro é dos que menos pode oferecer. Relativamente às condições que Portugal dá aos imigrantes, penso que é bastante boa. Talvez até melhor do que dão a nós, portugueses, mas isso já envolve a política, o governo e não vale a pena falar nisso.
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